terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Coragem!

Final da história de Natal!

Agora volto a idéia inicial de ir publicando pensamentos, sentimentos, idéias, frases...

Hoje encontrei uma mensagem que tinha guardada há um tempo e veio em boa hora pra mim. Quero compartilhar:

Coragem também é caridade...
Hesitação do conhecimento – poder à ignorância.
Debilidade da retidão – apoio ao desequilíbrio.
Decisão firme – leme seguro.
Vontade frágil – barco à deriva.
Irresolução dos bons – garantia dos maus.

Para que haja luz não bastará temer a presença da sombra.

É preciso acendê-la.

ANDRÉ LUIZ

Uma história - real - de Natal - Final



O segundo Natal longe da família foi muito especial, graças ao bom Deus.
E foi especial porque aprendi muito com o Natal do ano passado. Fui feliz com coisas simples. Passei em um lugar confortável e aconchegante com uma pessoa que amo.

Comendo uma comidinha gostosa preparada por ele e tomando vinho. Depois de curtir o jantar, esperamos o Papai Noel como duas crianças!!!

Abrimos os presentes à meia noite. Trocamos sorrisos. Choramos juntos de saudade da nossa família e dos amigos em nossos respectivos países. Nos abraçamos e terminamos a noite assim, com muita ternura.

Ainda que de formas distintas, tive um Natal feliz em 2007 e em 2008.

Aprendi que basta amor, carinho e esperança pra um Natal feliz e inesquecível.

:)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte XI


Me despedi daquela pessoa amorosa maravilhosa e fui pro aeroporto. Finalmente com o passaporte na mão. Olhava a foto do passaporte...eu estava horrível. Baita cara de choro! Ainda bem que era um passaporte provisório.
Entrei no avião e vim pra Barcelona. Passei todo o vôo com o coração na mão.
Me deixariam entrar na Espanha?
O meu visto de estudos estava no passaporte roubado. O protocolo da solicitação do NIE estava na bolsa roubada...
E se eu não pudesse entrar? E minhas coisas? E meus estudos?
Parei de pensar. Minha ansiedade, se não controlada, pode me levar a crises de pânico. Preferi esperar e treinar a paciência.
Chegando em Barcelona, na policia federal, de frente pro guarda, medo. Graças a Deus foi só dizer alguns dados pessoais e ele pôde constatar no sistema que eu já havia solicitado meu NIE e minha entrada estava liberada!!
Que alívio!!!! O pesadelo tinha acabado!!!
A minha felicidade foi tão grande, tão extasiante! Eu não acreditava que estava voltando pra casa! Lar doce e seguro lar!
Na mesma tarde fui com meu "manito" (meu querido companheiro de piso da República Dominicana, quem eu amo muito e ainda vou dedicar um post só pra ele!) ao mercado e eu ia saltando e cantando de alegria pela rua!
Era tão bom estar em casa, com a minha “família” de amigos.
Graças a Deus, essa história de Natal terminou bem.
E aprendi muitas coisas, mas principalmente a valorizar ainda mais as coisas simples da vida.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte X


Agradeci o guardinha. Ele foi muito gentil em deixar eu usar o seu celular umas 9 vezes. Isso também fez parte de uma das magias de Londres. E ainda me disse, you are welcome com um sorriso. Acho que ele sentiu ter feito uma boa ação. Saí dali em uma silenciosa prece agradecendo a todos que de alguma forma, me ajudaram a enfrentar essa situação.
No metro, segui as instruções que a mãe da minha amiga me passou. Quando a encontrei, uma hora depois, tive vontade de chorar, mas me controlei. Sei lá, ela me passou uma emoção tão boa... Mal chegei e já a agradeci muito. Eu teria que ficar 2 dias, até o dia 28. Logo em seguida ela ia pro Brasil, passar férias com a família.
Entramos na sua casa. Eu quase não conseguia controlar a emoção. A segurança e o conforto de um lar naquele momento me faziam muito bem. Era uma emoção gostosa. Entrei na sala. Ela tinha 3 malas gigantes e vários presentes ainda por colocar na mala.
Ela comentou que tinha me reservado o sofá. Foi a melhor noite de sono que tive desde que cheguei em Londres.
Na manhã seguinte, acordei com um bilhetinho carinhoso dela ao meu lado, me desejando um bom dia e me convidando pra um café onde ela trabalha. (Muito fofa! São pequenos gestos como este que demonstram a generosidade e o amor no coração de uma pessoa!).
Bom, era hora de resolver meu passaporte. Em resumo, entre idas ao consulado, choros e desesperos pra conseguir meu passaporte em 24 horas pra poder pegar o vôo no dia 28, ligações pro Brasil, o suporte da família pra reunir a documentação e passar pro consulado... no final...ufa...deu tudo certo.
Nesses dois dias que estive na casa da mãe da minha amiga, compartilhamos momentos simples, gostosos e inesquecíveis juntas, passeando pela Picaddily Circus, comprando coisinhas pra comer nos chineses da Oxford Street e comendo de volta pra casa dentro ônibus. Compartilhamos também nossos medos, alegrias, frustrações e conquistas com a decisão de ficar longe da família.
É engraçado como a vida “arma” situações pra que tudo se resolva. Segundo ela, a minha estadia na sua casa foi importante. Além de distração dos problemas do dia a dia, eu pude ajudá-la a colocar todos aqueles pacotes dentro das 3 malas.
Permitam-me abrir um parenteses: as 3 malas gigantes estavam recheadas de presentes para as pessoas que ela ama no Brasil. A sua bagagem? Uma pequena malinha de mão com algumas peças de roupa pra passar 3 meses!!!!
No final, ela me agradeceu a minha estada alí (é mole? Imagina então o tamanho da minha gratidão!). Ela andava triste e preocupada com algumas coisas e no final, pôde se distrair até chegar a data da tão esperada viagem pro Brasil. Mas não fui eu, foi sua bondade e imenso coração que trouxe de volta pra ela aquilo que ela espalha pelo mundo: amor.
O meu muito e terno obrigada P!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte IX


Cheguei na estação Victoria por volta das 8h30 da noite. Não tinha muita gente. 26 de dezembro também é feriado em Londres. Havia decidido ir pra casa da amiga da tia. Olho para o painel com os horários e não entendo muito bem. Prefiro perguntar aos guardinhas parados no meio do saguão.
Ao perguntar sobre o trem que deveria tomar, o guarda tira do bolso uma lista. Começa a ler, descendo com o dedo até o final e voltando ao início. Ola pra mim e me diz sem muito interesse: sinto muito, hoje é feriado e o último trem acaba de sair.
Congelei.
Perguntei onde havia um orelhão. Talvez eu estivesse com tamanha palidez e uma cara de desespero que inesperadamente o guardinha que até então estava indiferente me emprestou seu próprio celular. Liguei pra amiga da tia mas infelizmente, não tinha jeito. Era longe, e ela não tinha como vir me buscar.
E agora?
Lembrei da mãe da minha amiga. Eu tinha 5 numeros de celular diferentes pra falar com ela. Comecei a tentar pelo primeiro da lista. Nada. Só no último número ela atendeu. A essa altura eu já estava tão desesperada que supliquei. Disse que eu poderia dormir no sofá, ou num cantinho do chão... eu só precisava de um lugar pra ficar!"Posso ir?". Tensão. Ela me pediu pra ligar de volta em cinco minutos pois precisava falar com seu companheiro. Minutos que duraram uma eternidade.
Liguei de volta e mais uma mágica aconteceu: ela disse sim!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte VIII


O dia 26 foi tranquilo. O momento Disney nos deu ânimo para continuar o resto da viagem com mais alegria. Andamos um pouco mais por Londres, visitamos o museo de cera Madame Tussauds e voltamos pro albergue. Minha prima e nossa amiga tinham nesta noite vôo para Paris.
Eu precisava ficar mais 2 dias para ir ao consulado e tirar meu passaporte. Cancelei a ida pra Paris e mudei o vôo pra Barcelona.
Também precisava arrumar um lugar pra ficar onde eu pudesse ter mais facilidade pra se comunicar com minha família e organizar a documentação pro consulado. Além disso, tinha pouco dinheiro.
Comecei uma “movida”, contatando família e amigos para que me indicassem alguém em Londres que pudesse me hospedar por estes dias. Vários emails e ligações depois, consegui alguns contatos. Os mais prováveis eram uma amiga de uma tia, que morava fora de Londres e a mãe de uma grande amiga.
Anotei todos os telefones em um pedaço de papel. Guardei no bolso. Coloquei a mochila nas costas e olhei pra minha prima. Estávamos saindo do hostal. Ela ia pro aeroporto, pegar o vôo pra Paris.
Na verdade, me dava muito medo ficar sozinha, sem contar que ela do meu lado me deu muita força moral, espiritual, emocional e financeira. Mas não tinha jeito. Ela ia prosseguir no mochilao e eu teria que ficar. Me despedi com um forte abraço e vontade de chorar, mas me segurei. A gente ia se encontrar em 5 dias em Barcelona.
Foi só eu sair do albergue e virar a esquina não resisti e desabei. Um forte medo me invadiu. Estava totalmente sozinha para encarar o desafio e resolver a minha situaçao. Tinha que encarar Londres "by myself". Sem a prima. Sem a amiga. Com dinheiro contado. Sem lugar certo pra ficar. Sem celular. Sozinha.
Tinha apenas o bilhete de metro que ganhei e a esperança de que no final, tudo daria certo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte VII


Aceitam vinho?”
Vinho!?!??!?!? Claro!!!!!
Também ganhamos presente! O Christimas Criket, um pacote, em formato de bala. Uma pessoa puxa de um lado a outra do outro e quando rompe faz um barulhinho. Dentro há um presentinho e duas charadas: uma pra crianças e outra pra adultos.
Durante as brincadeiras, chega o nosso prato: perú, cenoura, ervilhas, batata e um legume típico da Inglaterra. Colocam na mesa um pão quentinho e crocante. Hummmmmmm. Que benção!
O velinho de olhos bondosos olhos azuis se aproxima, e se senta conosco. Seu nome é James. Ao seu lado está uma senhora muito bonita, elegante, simpática e risonha. É sua namorada. Eles devem ter 70 anos ou mais, e parecem estar na flor da idade. Se abraçam, trocam carinhos e risinhos e se interessam pela nossa história. Conversamos alegremente durante todo o almoço. Descobrimos que compartilhávamos o momento com gente de todas partes do mundo. Do nosso lado havia uma família de Mallorca, um casal russo e ainda na mesa estavam várias pessoas da Itália e outros lugares da Espanha. Ninguém se conhecia e ainda assim, todos pareciam se divertir!
Veio a sobremesa, não me lembro o nome, mas era de sorvete e chocolate. Hummmmm! Tava tudo muito bom!!!
Também, pra quem ia comer pão de forma amanhecido!!! Aquilo tudo estava abençoado!!!!
Em seguida, o padre gorducho simpático sentou-se ao piano e convidou as pessoas a cantar uma canção natalina típica de seu país. Quando chegou nossa vez, tivemos que vencer a vergonha ir lá na frente, ao lado do piano e cantar, afinal, estavam todos participando animadamente!!! Nós queríamos uma canção bonita e alegre! Cantamos:
"bate o sino pequenino, sino de Belém.. já nasceu, Deus menino, para o nosso bem.... paz na terra pede o sino alegre a cantar... abençoe Deus menino esse nosso lar"
Depois que todos participaram, o padre começou tocar no piano e cantar as canções típicas de Natal que conhecemos!
Não sei se pelo vinho...
...ou porque músicas tocam nosso coração...
...se a preocupação do dia anterior...
...se a realização de um sonho...
...se pela saudade da família...
...se pela magia do momento...
...não sei porque...mas não pudemos evitar as lágrimas que corriam em nosso rosto!

Foto: Vinho do Jantar, by C. Higashi

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte VI


Cruzamos a London Bridge, e a fome começou a bater forte. Mas eu não tinha um pingo de vontade de comer o nosso almoço: pão de forma frio e amassado com margarina. Buff.
Agora não chovia, mas tinha muita neblina. A sensação era de respirar gotinhas de água gelada. A máquina da nossa amiga começou a dar problemas, talvez devido à humidade e ela estava chateada.
Andávamos cabisbaixas as três, quando passamos sem notar pela porta de uma igreja. Havia um velinho na porta e ele nos fez um convite. Paramos e nos entreolhamos surpresas. Eu voltei e o velinho inglês, de bondosos olhos azuis e gravata borboleta nos convidou para um almoço de Natal.
Epa, espera! Comida???? Almoço de Natal????
Olhei de novo pras meninas e elas desconfiadas, recomeçaram a andar...eu agradeci e expliquei que éramos mochileiras, sem um puto no bolso e que não poderíamos pagar pela comida(no meu íntimo naquele momento, eu considerava a possibilidade de lavar pratos por um bom prato de comida!!!).
Ele falou que não era preciso pagar nada, que a igreja fazia isso todos anos. As meninas pararam, olharam para trás e mutuamente, através de nossos olhares decidimos entrar e ver no que ia dar.
O velinho sorriu.
Entramos. A igreja era comprida, antiga e bem decorada. Um padre gordo e simpático veio em nossa direção e nos levou até a mesa. Em um corredor, ao lado de onde geralmente as pessoas se sentavam para acompanhar as missas, estava montada uma enorme mesa, para 50 pessoas. Já havia umas 20 pessoas alí.
A mesa estava delicadamente enfeitada para o Natal com castiçais, velas e enfeitinhos de Natal. Havia um piano ao lado da mesa.
Nos sentamos sem entender muito bem o que estava acontecendo. Obviamente estávamos muito emocionadas. Seria isso possível depois de tudo o que nos aconteceu?
Sim, era possível isso e muito mais!
Esse almoço especial foi definido pela minha prima como “Momento Disney!”

Foto: Igreja All Hallows by the Tower, a igreja mais antiga de Londres. By C. Higashi

domingo, 4 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte V


Saímos às 10h. O dia ainda não estava claro totalmente, fazia muito frio e garoava. Havíamos colocado na bolsa nosso almoço de Natal: pão de forma com manteiga e pão de forma com nutela que "pegamos" do hostal.

Começamos a seguir nosso roteiro..atravessar o Hyde Park, passar na porta do Buckingham Palace e ir direto ver o Big Ben e o London Eye. Quando chegamos perto do rio Thames, ficamos maravilhadas com a vista do London Eye, e começamos a tirar fotos. Nesse momento, se já não bastassem os problemas que eu tinha acarretado, um inglês muito fdp, passou com seu carro num lago (não era uma poça de água, era um lago!) e mandou um temporal de água suja em nós. A jaqueta da minha amiga, de branca ficou marrom. Se fosse em outra situação poderíamos rir mas ainda estávamos tristes pela noite anterior. Fazía muito frio, estávamos molhadas da chuva e do banho da poça, as mãos congelavam...Qual era nossa alternativa? Voltar pro albergue fedido e trocar de roupa ou aproveitar que já estávamos na rua e seguir nosso roteiro? Preferimos a rua e continuar explorando e conhecendo a cidade.

Em frente ao Big Ben, tiramos mais fotos, cruzamos a ponte Westminster, e decidimos cortar caminho até a Tower Bridge. Passamos por debaixo de pontes, lugares abandonados e feios, não havia nada nem ninguém. Aquilo não era a Londres que queríamos ver! Decidimos voltar para o outro lado do rio Thames.

Enquanto atravessávamos a ponte, em cima da London Bridge comecei a questionar-me: porque tudo aquilo estava acontecendo com a gente? Comigo, tudo bem, eu aceitaria as más experiências, mas minha prima era uma menina de sorte, boa, alegre, não merecia tudo aquilo. Não parecia justo.

Eu não sabia, mas estava por acontecer algo que mudaria aquela viagem e transformaria aquele sonho em algo verdadeiramente mágico e inesquecível.


Foto: London Bridge, Google images.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte IV



A cama do hostal(albergue) não cheirava bem. Foi um dos piores albergues da nossa trip, na minha opinião. Eu que estava acostumada a viajar pela empresa e ficar em hotéis, estava tendo uma nova experiência: dividir o quarto com estranhos, dormir numa cama mal-cheirosa (obviamente nem todos os albergues são assim), e tantas outras histórias que contarei em outros posts. Assim que, não dormi muito bem.
Acordei. Era dia 25, Natal. Logo lembrei da noite anterior e uma profunda tristeza me invadiu. Por mais que eu tentasse não pensar no que aconteceu, era difícil colocar um sorriso no rosto. Viktor Frankl diz que a felicidade é uma escolha nossa, independente das circunstâncias ao nosso arredor. Mas eu não conseguia. Meus olhos estavam inchados, como sempre ficam depois de tanto chorar... fico parecendo um sapo. Desci pra tomar café na cozinha compartilhada do albergue. O menu: pão com nutela e leite com chocolate. Sentei na sala pra comer, e aí estavam jovens de todas as partes do mundo, falando as mais variadas línguas. Decidi ir pro computador. Não estava com saco pra papo furado, não naquela manhã. Enquanto navegava na internet, veio na minha direção um rapazinho que estava no nosso quarto. Era um chinesinho simpático, que ao me ver chorar no dia anterior e interessar-se pela minha situação, tentou me vender por um bom preço um bilhete de metrô semanal com 3 dias ainda de uso. Londres é mega caro, o preço era bom, mas algo me disse: não compre.
Na manhã do dia 25, enquanto eu tomava meu café o chinesinho se aproximou, parou ao meu lado e disse “Good Morning. A Chrstimas gift for you.” (Bom dia! Um presente de Natal pra você!) abriu um sorriso e extendeu o bilhete de transporte pra mim.
E foi então que uma série de eventos mágicos como esse começaram acontecer nesta viagem.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte III

Chegando no hostal abracei muito minha prima e começamos a chorar. O meu choro era um “obrigada por estar aqui”, “o que faremos agora?”, “desculpe estragar sua viagem”, “desculpe estragar nosso sonho”. Chorava também porque 95% dos meus problemas se resolveriam se eu tivesse meu passaporte. Queria ter o direito de ir e vir. Queria poder registrar-me no hostal como qualquer outra pessoa, queria não ter que ficar mostrando o B.O. pra justificar porque eu não tinha identidade. Queria poder ir comer num lugar legal ou algo legal no Natal. Comprar um presente que vi pra alguém que eu amo. Pagar passagem de metrô e andar no famoso Underground se estivesse cansada. Mas não podia fazer coisas simples. Não tinha identidade....E tinha que ser forte. Porque minha prima e sua amiga, que nos acompanhava, tinham o direito de aproveitar ao máximo a viagem e o sonho que estava apenas começando. Decidi que choraria tudo naquela noite até doer o peito, e que no dia seguinte, levantaria melhor e , apesar de tudo o que aconteceu, teríamos uma viagem mágica.
Foi o que aconteceu.