quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Onze Minutos


Na da vida real, a leitora que sente na pele: euzinha, consultora morando fora da terrinha. Na ficção Maria a prostituta do livro Onze Minutos do Paulo Coelho. A personagem da vida real, encontra pensamentos que fazem refletir sobre a vida e outros que refletem a minha própria vida.


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...De repente estava alí a oportunidade que tanto esperava, mas que desejara que nunca chegasse! Como enfrentar os desafios e os perigos de uma vida que ela não conhecia? Como abandonar tudo aquilo a que estava habituada?

... Hoje passei em frente a um parque de diversões. Como não posso gastar dinheiro à toa, achei melhor observar as pessoas. Fiquei muito tempo parada diante da montanha russa: via que a maioria das pessoas entrava ali em busca de emoção, mas, quando começavam a andar, morriam de medo e pediam que parassem o trem.
O que elas querem? Se escolheram a aventura, não deviam estar preparadas para ir até o fim? Ou acham que seria mais inteligente não passar por estes sobes e desces, e ficar o tempo todo num carrossel, girando no mesmo lugar?
(...) estou aqui porque escolhi este destino. A montanha russa é a minha vida, a vida é um jogo forte e aluciante, a vida é lançar-se de pára-quedas, é arriscar-se, cair e voltar a levantar-se, é alpinismo, é querer subir ao topo de si mesmo, e ficar insatisfeita e angustiada quando não consegue.
Não é fácil estar longe da minha família, da língua onde posso expressar todas as minhas emoções e sentimentos, mas a partir de hoje, quando ficar deprimida, vou lembrar-me daquele parque de diversões. Se eu tivesse adormecido e acordado de repente numa montanha russa, que iria sentir?
Bem, a primeira sensação é estar prisioneira, ficar apavorada com as curvas, querer vomitar, e sair dali. Porém se confiar que os trilhos são o meu destino, que Deus governa a máquina, este pesadelo transforma-se em excitação. Ela passa a ser exatamente o que é, uma montanha russa, um brinquedo seguro e fiável, que vai chegar ao fim, mas, enquanto a viagem dura, preciso olhar a paisagem à volta, gritar de excitação.

Tempo para nascer e tempo para morrer.
Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta.
Tempo para matar e tempo para curar.
Tempo para destruir e tempo para constuir.
Tempo para chorar e tempo para rir.
Tempo para gemer e tempo para bailar.
Tempo para tirar pedras e tempo para recolher pedras.
Tempo para abraçar e tempo para se separar.
Tempo para ganhar e tempo para perder.
Tempo para guardar e tempo para jogar fora.
Tempo para rasgar e tempo para costurar.
Tempo para calar e tempo para falar.
Tempo para amar e tempo para odiar.
Tempo para a guerra e tempo para a paz.

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E lá fora, frio de 2 graus...

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