quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Uma história - real - de Natal - Parte III

Chegando no hostal abracei muito minha prima e começamos a chorar. O meu choro era um “obrigada por estar aqui”, “o que faremos agora?”, “desculpe estragar sua viagem”, “desculpe estragar nosso sonho”. Chorava também porque 95% dos meus problemas se resolveriam se eu tivesse meu passaporte. Queria ter o direito de ir e vir. Queria poder registrar-me no hostal como qualquer outra pessoa, queria não ter que ficar mostrando o B.O. pra justificar porque eu não tinha identidade. Queria poder ir comer num lugar legal ou algo legal no Natal. Comprar um presente que vi pra alguém que eu amo. Pagar passagem de metrô e andar no famoso Underground se estivesse cansada. Mas não podia fazer coisas simples. Não tinha identidade....E tinha que ser forte. Porque minha prima e sua amiga, que nos acompanhava, tinham o direito de aproveitar ao máximo a viagem e o sonho que estava apenas começando. Decidi que choraria tudo naquela noite até doer o peito, e que no dia seguinte, levantaria melhor e , apesar de tudo o que aconteceu, teríamos uma viagem mágica.
Foi o que aconteceu.

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